Qual o limite da fidelidade?

Naturalmente toda pessoa diz gostar da fidelidade e se diz fiel. Raras são aquelas que se dizem não se importar com isso ou mais raras ainda aquelas que são literalmente assumidas como infiéis.

Se analisarmos o contexto da palavra fidelidade, segundo o próprio dicionário teremos:

Exatidão em cumprir suas obrigações, em executar suas promessas: jurar fidelidade.
Afeição e lealdade constante: fidelidade de um amigo.
Obrigação recíproca dos esposos de não cometer adultério.
Exatidão, semelhança: fidelidade de uma narração.
Lealdade; probidade.(http://www.dicio.com.br/fidelidade/)

Pensando como o ser humano reage ao longo de sua existência com esse conceito, podemos pensar até que ponto alguém pode ser totalmente fiel. 

Sua fidelidade de princípios, de sentimentos, de obrigações, de lealdade. Será que há uma linha tênue que separa uma pessoa de ser fiel/infiel?

O que podemos ter certeza é que somos traídos diariamente por nossos instintos, nossos desejos, nossas rotinas. Coisas externas que modificam mesmo que temporariamente uma conduta ou postura que pode ter nos levado a ser infiéis de alguma forma.

Se existe um limite para uma pessoa dentro de um relacionamento amoroso se tornar infiel, será que poderíamos torná-lo uma métrica estatística? Será que poderíamos identificar padrões de fatos e eventos que possam desencadear certas atitudes das pessoas? 

A certeza é que cada pessoa tem um conjunto de regras e princípios que formam seu caráter próprio e a forma que esse caráter foi intimamente formado na sua personalidade irá ditar quais os limites aceitáveis para cada um.

Não há sociedade, pessoas ou leis que possam impedir uma pessoa de ultrapassar seus limites e buscar aquilo que num primeiro momento foi tido como um compromisso, se essa força interior for maior que qualquer outra contraditória, ou seja, um homem/mulher irá trair sua companheira(o) independente de quaisquer situações em que esteja vivendo, sendo boa ou ruim, mas simplesmente pelo fato que os seus limites foram ultrapassados por si só. 

Outros já conseguem se manter bem dentro desses limites e acabam freando qualquer ação, sentimento que possa fazer que esse voto de confiança seja quebrado.

A fidelidade de alguém seja ela em qualquer âmbito nada mais é que um voto de confiança dado por outrém, que acredita que aquela pessoa irá cumprir o que foi proposto inicialmente em comum acordo, mesmo que de forma indireta, mas que se desenha todo um conjunto de direitos e deveres quando se comprometem entre si.

A quebra dessa confiança geralmente cria sentimentos de revolta e leva as pessoas tomarem rumos em suas vidas até mesmo quebrando os limites dos seus princípios básicos de caráter, mas que de certa forma, poderiam ser evitados se alguns sinais fossem observados.

É muito natural quando alguém está apaixonado negligenciar alguns fatores, pois a emoção rompe as barreiras da razão e fazem tomar ações que não são analisadas e sim impulsivas. 

Logo quando o calor das emoções baixa, sobra a razão e dai que vem os questionamentos.

Uma relação é aritmética pura. Ela terá momentos de subtração, adição, divisão e multiplicação. O balanço que essas operações irão afetar a vida da relação é quem dirá o rumo que tal relação terá. 

Uma relação onde só uma parte cede constantemente, ou que há uma "divisão" desigual de desejos, vontades, etc, fatalmente irá desencadear razões que façam a outra pessoa buscar aquilo que realmente a complete, ou que o equilíbrio seja restabelecido. 

Note tomo começo de relação é sempre mil maravilhas, os defeitos de ambos são ignorados, são são vistas as qualidades, o amor é caliente, a paixão avassaladora, mas se o casal não fomentar isso, logo os defeitos ficam à vista e aquilo que não incomodava passa incomodar. Aquilo que era lindo passa não ser tão lindo assim. O estar junto o tempo todo vira falta de liberdade e por ai vai a lista de reações que um casal pode enfrentar.

Então será que ser infiel é totalmente ruim ou uma forma de grito de socorro? Ser fiel e infeliz seria a solução para um casal? 

Acho que não cabe julgamentos, nem certo ou errado, pois cada um tem um caráter formado por vários fatores e pela individualidade de cada pessoa não temos como saber quais as razões que leva alguém a trair ou não cumprir com seus compromisso. 

Só sei que todos nós em algum momento na vida fomos ou deixaremos de ser fiéis a alguém ou alguma coisa. Se queremos honrar nosso compromisso temos que nos conhecer bem, saber nossos limites e evitar que por um simples ato coloque tudo a perder, se  você acha que trair te faz bem, talvez é por que esteja vivendo uma fachada em sua vida e buscando constantemente romper teus limites, será que não cabe repensar tua vida?

Pense nisso...